9 de junho de 2009

Tabacarana - Sambalanço!

Gostei dessa história de entrevista! =)

E quem vem hoje falar pra gente é o Andrey Junca, baixista da Tabacarana. A banda leva para os capixabas o melhor do samba rock: de Jorge Ben Jor a Amy Winehouse, mostrando uma mistura de estilos e vibração contagiante. Figurinha certa nas melhores casas de shows de Vitória, a turma mostra a que veio com qualidade e competência!

Mesmo sendo requisitado de última hora, o Andrey separou um tempinho na agenda corrida e contou da história da banda, o que pensa sobre o mercado e o futuro da Tabacarana e do cenário musical brasileiro.

M: A primeira é clássica, por que Tabacarana?
A: Essa é clássica mesmo! Todo mundo faz essa pergunta. Na primeira formação da banda, os integrantes precisaram arrumar um nome pra tocar num evento. O percussionista da época, Vinícius Valiati, abriu o dicionário e apontou uma palavra. Adivinha qual era a palavra? TABACARANA é uma planta com atributos medicinais recorrente na região norte do Brasil.Além do significado bem brasileiro, o nome também tem uma sonoridade bem percussiva. Gostamos dele!

P: A banda foi uma idéia de "juntar amigos que gostavam de música" ou os integrantes foram unidos por causa da banda?
R: A banda começou em Viçosa, a partir da reunião de amigos, todos universitários, que curtiam o samba rock. No início, contava com uns 6 ou 7 integrantes. Quando o Juliano veio pra Vitória e teve a ideia de resgatar o projeto, eu e o Thiago fomos convidados para integrar a nova formação da Tabacarana, que agora é um trio.

P: Vocês se dedicam somente à música, ou a banda é apenas um hobby?
R: Nos dedicamos exclusivamente à música. Eu conheci o Thiago (baterista) na Faculdade de Música do ES. O Juliano eu conheci num desses jazz que ocorrem às terças na Rua da Lama. Foi lá que ele me convidou pra resgatar o projeto.


P: Há planos de levar a banda para um mecardo nacional: gravar cd com composições próprias, circular entre a mídia...
R: Lógico! Esse é o sonho de qualquer músico, principalmente daqueles que vivem da música!


P: O que você acha dos blogs, sites de relacionamento e o Youtube para divulgar as bandas chamadas "underground" e dar a elas uma maior visibilidade?
R:
A internet é, hoje, o melhor veículo para a divulgação de qualquer trabalho de um músico ou banda. Ela dá toda a visibilidade necessária a trabalhos desconhecidos e pode projetar novos talentos. Veja o caso do Mickey Gang... de Colatina pra Londres! A "mobilidade" e disponibilidade do som é tremenda e sai do âmbito físico (CD, disco, DVD), sem apresentar barreiras à divulgação do trabalho artístico. Só cabe ao músico saber movimentar essa estrutura e estar preparado caso ele ganhe os holofotes da mídia.

P: Na sua opinião, existe vida musical forte e com esperança de crescer, fora do eixo Rio - São Paulo? Estaria o cenário musical capixaba incluso?
R: Lógico! É exatamente fora do eixo RJ-SP que vejo uma mescla de linguagens de bandas engajadas em dar novas roupagens a estilos já existentes.O cenário musical no Espírito Santo tem tudo pra crescer também e não está de fora dessa minha observação acima. Só precisamos de mais um pouco de tempo pra tudo amadurecer... desde o comportamento do mercado musical até o público em geral, que consome pouca cultura...

P: O repertório de vocês é bem variado, contando até com Rehab, da Amy Winehouse. É uma tentativa de abrangir mais o público de vocês, ou de mostrar que o sambarock pode "se ligar" a vários estilos?
R: Muita gente acha que o estilo só tem a ver com o Samba e o Rock, mas, na sua gênese, o samba rock mesclou vários estilos da música negra gringa com a música negra brasileira. Então, fazer versões de músicas como Rehab (funk americano que segue a estética da Motown) é muito tranquilo. Basta saber encaixá-lo dentro da proposta. Além de agradar à galera, soma muito ao nosso conhecimento musical.

P: O sambarock é um estilo que ganhou maior espaço na mídia há pouco, quem é referência nesse estilo hoje? E com quem ele começou a se popularizar?
R:
O samba rock nasceu nos morros na década de 70, passou a década de 80 no ostracismo e voltou a ganhar notoriedade na década de 90, com o surgimento de bandas como: Clube do Balanço, Samba Sonics, Trio Mocotó, Moinho, Seu Jorge... O samba rock se popularizou no início com artistas como Jorge Ben Jor, Luis Vagner, Bebeto, Bedeu, Marku Ribas, Erasmo Carlos (é, ele mesmo!).

P: Em lugares como Londres e Nova York, existem casas noturnas que já tocam o sambarock. Você vê isso como uma "moda", ou algo que tende a criar raízes?
R: Eu realmente não sei da grandeza do samba rock nestas capitais a ponto de dizer que o movimento é moda por lá. Da última vez que estive em Toronto, o que estava pegando por lá era pancadão e não vi nada de samba rock... rsSei que as bandas de samba rock tem passeado pelo mundo afora. O Clube do Balanço se apresenta tanto na América do Norte quanto na Europa. O Seu Jorge passa temporadas por lá também. Mas acredito que deva ser mais devagar. Como disse, o que pega mesmo lá fora é o pancadão carioca.

P: Juro que essa é a última! Vale só fazer cover de artistas consagrados ou o público já pede uma nova "roupagem" dos grandes clássicos, como Jorge Ben?
R: Por incrível que pareça, a maioria das canções consagradas são do Jorge Ben Jor. Seu Jorge também faz muito sucesso!O diferencial no Tabacarana é a formação. As bandas de samba rock costumam apresentar formações grandes (cerca de 10 músicos), contando com naipe de sopros e percussões. Como somos um trio, formação bem reduzida, geralmente precisamos adaptar os arranjos das músicas. Isso traz uma dinâmica diferente desde a execução até o estilo que vamos imprimir àquela canção. Às vezes tocamos composições do Jorge Ben com uma pegada mais funk ou rock, justamente pra fazer ideias antigas serem apreciadas com novos ares. Isso tudo sem perder o nosso querido remelexo do samba! rs

Super queria agradecer ao Andrey pela atenção e por ser fofo! E a Alê, por ter agilizado o contato! =)




Faaaala se não é porreta esse som?

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